Ministro recusa que IMT Jovem tenha feito subir preço das casas

Medida permitiu que já tenham beneficiado "desta isenção total ou parcial mais de 16 mil jovens que pouparam 62 milhões de euros".


O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, disse que 16 mil jovens pouparam 62 milhões de euros na compra de casa com a isenção do IMT e Imposto do Selo e recusou que a medida tenha efeito nos preços das casas. 

Estes dados foram avançados pelo governante numa audição regimental na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública e referem-se à execução da medida desde que entrou em vigor, em agosto e até ao final de 2024. 

Respondendo a questões do deputado do PS Carlos Pereira, que apontou os alertas que têm sido feitos por vários agentes do setor imobiliário e também pelo Banco de Portugal sobre o efeito da medida na subida dos preços das casas, Miranda Sarmento recusou essa relação. 

"Não conheço nenhum estudo que mostre sequer a correlação entre a medida [do IMT Jovem] e o preço das habitações, quanto mais de causalidade", afirmou o ministro, acrescentando ainda não ter nenhuma indicação de que haja "qualquer captura da medida" por parte de quem está a vender as casas.

Lembrando que o preço das casas está a subir há vários anos, sobretudo nos últimos quatro anos, além de recusar que a medida esteja a causar um aumento do preço das casas, disse que sem a isenção (total ou parcial) do IMT e do Imposto do Selo muitos dos jovens que compraram casa não o teria feito ou teriam de fazer um esforço adicional. 

Isenção de IMT gera poupança de 62 milhões de euros a 16 mil jovens 

Em resposta ao deputado do CDS-PP Paulo Núncio, Miranda Sarmento avançou que o valor médio das casas compradas pelas pessoas que beneficiaram até agora do IMT Jovem ronda os 187 mil euros, o que, sustentou, "está bem longe de valores de casas abastadas ou de jovens com rendimentos muito elevados".

O deputado do PS confrontou ainda o ministro com a despesa fiscal associada à medida entre agosto e dezembro de 2024 face à previsão de despesa para 2025, tendo Miranda Sarmento salientado que com a entrada em vigor da medida houve "um pico" de compras "que não se vai repetir este ano" pelo que os valores já observados não se afastam da previsão inicial para o gasto com a medida. 

A medida, referiu, permitiu que já tenham beneficiado "desta isenção total ou parcial mais de 16 mil jovens que pouparam 62 milhões de euros".

Durante a audição, o ministro foi ainda questionado pelo deputado do Chega Rui Afonso sobre atrasos no acesso de inquilinos no apoio à renda.

Na resposta, a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, afirmou contudo não existir "nenhum atraso na Autoridade Tributária e Aduaneira [AT] na comunicação de dados", admitindo que alegadas falhas resultam "do desenho do próprio regime".

"A AT está a cumprir escrupulosamente a comunicação de todos os contratos que lhe são comunicados: quer a cessação quer o início dos novos contratos", disse, admitindo que possam existir atrasos imputáveis aos senhorios que não cumprem o prazo de comunicação da cessação dos contratos de arrendamento.

fonte: "Idealista.pt"